Chegada do vinho na Serra Gaúcha e como era feita a sua produção
21/06/2021
Nos últimos meses, começamos a contar sobre a trajetória do vinho no mundo, em uma perspectiva histórica, passando por cada momento dos séculos passados. No post anterior, contamos um pouco sobre a chegada da bebida na Serra. Hoje, iremos um pouco mais a fundo sobre os processos de produção daquela época que tornaram o Rio Grande do Sul um estado reconhecido pela produção de vinhos em todo o Brasil.
A produção em maior escala de vinhos começou com a chegada da uva tipo Isabel, que foi a variação da fruta que demonstrou mais adaptação ao clima e resistência às pragas locais. O início do processo era bastante simples, com transporte em carroças e em animais e ferramentas feitas a mão para a preparação do solo, colheita e armazenamento, como as cestas de vime.
Após a colheita, as uvas eram colocadas em um “biguncho” para serem pisoteadas e assim extraírem todo o suco da fruta. Feito isso, eram colocadas em uma pipa para a fermentação - nesta mesma etapa o vinho e o bagaço eram separados de um modo natural através da densidade, processo que levava em média três dias. Passado esse tempo, o bagaço era retirado com o auxílio de uma peneira e o vinho era armazenado em pipas ou garrafões, conforme a quantidade de vinho que havia sido fabricado.
A produção foi tomando ritmo mais acelerado com o tempo conforme a população da Serra Gaúcha também aumentava, se consolidando como um sucesso com os aperfeiçoamentos que essa maior demanda exigiu e apoio das prefeituras, com a construção da estrada de ferro, por exemplo, que ligava Caxias do Sul a Porto Alegre.
Dessa forma, os descendentes foram readaptando e reinventado as suas técnicas,
combinando os conhecimentos transmitidos pelos antepassados, com os conhecimentos adquiridos e filtrados conforme suas necessidades, resultando em uma reelaboração constante do patrimônio. O resultado de tudo isso é a bebida que marcou o nosso estado! Saúde!